depois de ler este post escrevo este.
a migalha não gosta de ser contrariada, que gracinha!
a migalha só quer fazer o que bem entende, que ternura!
a migalha gosta de testar os limites da paciência da sua mãezinha, que doçura!
creche, 9h30: lá vai a migalha toda satisfeita ter com as professoras e os amiguinhos, à nossa volta várias crianças com crises nervosas por terem que enfrentar mais um dia de creche, aos gritos pelas mães e pais, que desesperados fazem o que podem para as convencer a ficar com um sorriso! migalha saltita entre os coleguinhas e muito a custo diz adeus à sua mãe.
creche, 18h: migaaaaaaaaaalha!! migaaaaaalha!! olha a mãe aqui!!
migaaaalhaaaaaaaa!! vá lá temos que ir embora! e é aqui que tudo começa.
começa por ser um pequeno urro, assim bem fininho, e uma escapadela das minhas mãos.
depois um coice bem dado, e consegue escapar.
a seguir agarro-a e lá tento explicar, a bem, que temos que ir.
e aqui a migalha roda a baiana, vira tudo do avesso, abre a goela e grita e esperneia e dá-me estalos seguidos, assim sem tirar nem pôr, aliás pôr só chapadas nas minhas bochechas, que entretanto já roxearam de vergonha e ira, por baixo dos olhares das auxiliares e das mamãs felizes dos meninos lindos que finalmente vão para casa e estão com um sorriso de orelha a orelha.
e lá vai a migalha descomposta, agarrada de qualquer maneira, e eu irada!!!
- deixe lá mãe, mostra que se sente aqui bem!! (esta mania de me chamarem mãe, qualquer dia faço como a migalha!)
O QUE EU QUERIA É QUE AQUELA GENTE TODA nos acompanhasse até ao carro e visse como esta miúda depois muda, e fica a minha maior amiga, e chama-me, e conversa e torna-se um doce.
mas a mania de bater está a ser um problema.
sobretudo porque a migalha sabe bem quando aplicar um estalo, sabe bem quando não o deve fazer, porque logo a seguir dá festas.
estou meio perdida com este problema.
umas vezes também lhe dou uma palmada, mas não quero que ela pense que assim é que se reage.
outras vezes ignoro, mas continua até se fartar, e algumas doem a sério.
não sei mesmo o que fazer.